José de Lima Massano, que representou o Presidente da República, João Lourenço, na Cimeira Itália/África, decorrida de 28 a 29 de Janeiro, referiu que o país pretende contar com a experiência italiana para melhorar este processo para a segurança alimentar.
“Angola vai aproveitar da melhor maneira as oportunidades oferecidas pela nova forma de cooperação da Itália com o continente africano, em particular nos domínios da agricultura e da formação de quadros”, disse.
Uma nota de imprensa chegada esta quarta-feira à ANGOP indica que à margem da cimeira, o ministro manteve um encontro de cortesia com o primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, e uma audiência com o ministro italiano da Agricultura, Francesco Lollobrigida.
Ainda no quadro da cimeira Itália/África, a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, anunciou uma dotação inicial de 5,5 mil milhões de euros (um euro vale kz 898,736) para os sectores da educação, saúde, agricultura, água e energia do continente africano, no quadro do Plano Mattei para África.
Na ocasião, Giorgia Meloni disse que os projectos piloto vão desde os centros universitários de excelência em Marrocos até a produção de biocombustíveis no Quénia”.
Meloni explicou que os 5,5 mil milhões de euros, do primeiro orçamento do Plano Mattei, serão retirados em parte do Fundo Social Italiano para o Clima (3 mil milhões de euros) e em parte dos recursos da Cooperação Italiana (2,5 mil milhões euros).
“Não é suficiente”, admitiu Meloni, sublinhando que o Governo buscará novos recursos entre os países doadores individuais, a União Europeia e instituições multilaterais como o Fundo Monetário Internacional ( FMI), representado em Roma pela sua presidente Kristalina Georgieva.
A primeira-ministra italiana anunciou, também, a criação de um novo “instrumento financeiro” da Cassa Depositi e Prestiti para facilitar o financiamento do sector privado, peça que terá de ser “crucial” como alavanca nos compromissos económicos no continente.
De acordo com a chefe do Governo italiano, a espinha dorsal do Plano Mattei, projecto do actual Governo sobre “novas relações” com o continente africano, preconiza uma “plataforma programática” , numa colaboração igual para igual.
Ao discursar na cimeira, o Presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki, sublinhou o “apreço” dos países do continente pela “mudança de paradigma” nas relações com África, impulsionada pela União Europeia, mas estabeleceu alguns limites de abordagem e expectativas na parceria com o continente.
Moussa Faki declarou, por exemplo, que “gostaria de ter sido consultado” sobre o plano, o que revela um golpe directo ao execuctivo de Meloni, antes de esclarecer que as economias africanas exigem “factos” sobre os compromissos económicos resumidos em Roma.
Estiveram presentes na conferência, o Presidente da União Africana, Azali Assoumani, da Comissão Africana, Moussa Faki, e dos líderes da União Europeia, nomeadamente Roberta Metsola (Parlamento Europeu), Charles Michel (Conselho Europeu) e Ursula von der Leyen (Comissão Europeia) e pela parte italiana também o ministro dos Negócios Estrangeiros, Antonio Tajani.
A delegação angolana ao evento, chefiada por José de Lima Massano, contou com presença da Embaixadora Fátima Jardim, a embaixadora Cuandina de Carvalho, directora da direcção Europa do Ministério das Relações Exteriores(MIREX), o Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Agência Nacional de Petróleo e Gás, Paulino Gerónimo, e a Presidente do Conselho de Administração do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário (FADA), Felisbela Maria Francisco.AC